sexta-feira, 13 de maio de 2011

A famosa honestidade

Reclamamos de um mundo injusto.
Esbravejamos quando somos trapaceados, enganados ou enrolados.
Ninguém suporta  conviver com mentirosos (mesmo que , às vezes, você se gabe de contar mentirinhas. Além do mais, pra você pode...os outros, têm maldade.
Mas, quando nos deparamos com atitudes honestas, ficamos intrigados. Somos meio contraditórios. Queremos justiça, mas nem sempre. Queremos que todos sejam sinceros, mas aceitamos nossas mentiras. Todos devem ser pontuais, mas um minuto de atraso não fará mal a ninguém (desde que não seja você que esteja esperando).
Hoje, fui aos Correios pegar uma encomenda. Até dei altos gracejos de satisfação por não ter esperado muito. E por sorte (?), a minha encomenda havia acabado de chegar.
Esperei os minutos, na expectativa de abrir meu pacote.
O homem me chamou:
-Ei, menina, vem cá! (Menina, hein????)
Cheguei até o balcão, de olho no bonito pacote que me aguaradava,e entregando o comprovante de recebimento.
-Sim?
-Os documentos, por favor!
[Plin, plin, plin...(Mais uma vez, me esqueci dos meus benditos documentos em situações importantes)]
-Não trouxe, senhor. -Eu respondi.
Ele olhou para o papel e perguntou:
-E quem é Lízia?
(Ufa...agora, ele vai aceitar!!!!!)
-Sou eu, senhor- Respondi confiante.
-Pois vá em casa e pegue seus documentos. -E virou as costas.
-Senhor, mas minha casa é um pouco longe (e é mesmo), estou precisando com muita urgência esse material (verdade!), e vai demorar eu ir e vir (preguiça!).
Ele alterou o tom de voz, que me envergonhou:
-Menina (de novo!), a gente só pode entregar encomendas na presença dos documentos. Porque quem me garante que você é Lízia?
-Ô meu senhor, sou eu, pode acreditar (conversa feia...).
-Só com os documentos. Vocês reclamam de honestidade. Quandooferecemos, vocês não querem.


Tive de concordar. Saí da agências dos correios com uma lição: minha vida deve ser compatível com aquilo que defendo.

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